“Se a gente não conseguir falar, não vai conseguir fazer nada”
A dificuldade de utilizar a língua portuguesa nas mais variadas práticas sociais é uma das principais limitações analisadas nos depoimentos de 19 haitianos que atuam na Metisa, indústria metalúrgica de Timbó, SC. Para ajudá-los a vencer esse obstáculo, a Metisa buscou parceria com o SESI para realizar um curso de português para haitianos.
Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida pessoal e profissional desses imigrantes, potencializando sua atuação dentro da Indústria. As aulas são ministradas por Luana Ewald, formada em Letras e Mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau, com foco nos estudos de letramentos em grupos minoritarizados.
“Se a gente não conseguir falar, não vai conseguir fazer nada”. Este é o depoimento de um dos 19 haitianos que atuam na Metisa, realizado por escrito em um questionário aplicado no primeiro contato da professora com o grupo. Parte desse grupo teve aulas de português em uma parceria anterior entre a Metisa e o SESI, com o foco em desenvolver competências comunicativas para um convívio “básico” no Brasil. A atual iniciativa propõe trabalhar com as habilidades de utilizar diferentes recursos linguísticos para leitura, escrita e oralidade na vida cotidiana desses haitianos, a fim de que tenham cada vez mais autonomia para atuarem profissionalmente.
Buscamos, desde o primeiro contato, ouvir e compreender as necessidades e desejos dos haitianos e dos brasileiros que convivem cotidianamente na Metisa, com vistas a realizar um planejamento pedagógico que possa atingir a realidade do grupo. Diante disso, buscamos textos concretos que circulam socialmente, analisando e refletindo sobre a linguagem a partir dos recursos linguísticos, cultura, história e pessoas. Essa prática visa auxiliar na compreensão e produção de textos, sejam eles da linguagem oral ou escrita, que possam circular na vida profissional ou pessoal.
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